Bares e restaurantes não conseguem repassar inflação para o cliente

Segundo a Abrasel, 61% dos donos de bares e restaurantes não conseguem repassar a inflação, enquanto 30% fizeram algum aumento médio.

A inflação e o endividamento de micro e pequenas empresas têm ameaçado a retomada do setor de bares e restaurantes. Levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que, para 61% dos empresários do ramo, ainda tem sido “impossível” repassar a inflação para os cardápios (30% fizeram aumentos abaixo da média nos últimos 12 meses e 31% não conseguiram realizar nenhum ajuste).

Além disso, outros 33% só repassaram a média de inflação, e somente 6% disseram terem conseguido aumentar o cardápio acima do índice oficial.

A Abrasel mostra um “quadro” complicado quando cita os altos preços dos principais insumos, que fizeram os alimentos e as bebidas subirem 11,21% nos últimos 12 meses, enquanto a inflação no setor de alimentação fora do lar foi de 7,30% (a média geral está em 6,47%).

“O setor encontra-se em recuperação, mas a inflação é um dos principais obstáculos para uma retomada mais robusta. Veja o caso das cervejas, que aumentaram 9,97% nos supermercados, e apenas 6,63% nos bares e restaurantes. Pelo lado do cliente é bom, mas isso mostra que não estamos recuperando totalmente as margens. Hoje, temos 18% dos estabelecimentos ainda realizando prejuízo, o menor índice neste ano, mas ainda assim um patamar alto”, detalha o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

Lucro e endividamento

O levantamento da Abrasel mostrou que 44% das empresas trabalharam com lucro, enquanto 37% ficaram em equilíbrio.

Entre as empresas que tiveram prejuízo, a inflação dos alimentos e bebidas é apontada como uma das razões por 49% dos entrevistados. Porém, 53% das perdas foram associadas à queda nas vendas, e 51%, em dívidas acumuladas.

O endividamento continua elevado em relação aos tributos do Simples Nacional, regime tributário no qual 83% estão enquadrados. Desse total, 46% já fizeram adesão ao Relp (programa de recuperação, também conhecido como Novo Refis). Mesmo assim, um terço (33%) disse ter parcelas em atraso.

Copa do Mundo

Mais de um terço (37%) esperam contratar novos funcionários até o fim do ano, e 22% disseram já ter aumentado o quadro de funcionários em outubro.

Entre os ouvidos, 45% disseram que vão passar os jogos da Copa do Mundo no estabelecimento. E 38% vão ambientar o estabelecimento com o tema futebol. Entre as iniciativas previstas, 53% disseram que farão ações de marketing no período tendo a Copa como tema; 43% terão promoções especiais; e 38% pretendem criar pratos ou drinks temáticos.

Fonte: Metrópoles