Ao comemorar os 103 anos de existência do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, no último dia 19 de julho, na presença das lideranças contábeis de São Paulo e do Brasil, podemos refletir sobre a importância dessa Entidade-Mãe para a Contabilidade paulista e sua influência na formação dos cursos de Ciências Contábeis do Estado e, em especial, o muito que tem feito pelos profissionais e pela sociedade.
Dentre os muitos serviços e benefícios oferecidos aos profissionais do presente, o Sindcont-SP tem por tradição reconhecer os esforços e a dedicação dos profissionais atuais e do passado, com premiações e imortalização de seus feitos, haja vista a entrega do Titulo Contabilista Emérito, já em sua 49 edição, que neste ano de 2022, enalteceu o contador e professor Bruno Edgard Cornacchione Júnior, por sua destacada atuação em prol das Ciências Contábeis no Brasil e no mundo, seja como professor titular da USP, como presidente da Fipecafi, ou por sua contribuição ímpar na transmissão de conhecimentos e informações aos profissionais da classe contábil
Nos seus 103 anos de existência, trabalhando com afinco em defesa dos interesses dos profissionais da Contabilidade e firmando sua presença na educação profissional continuada, o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, historicamente, foi decisivo para a formação de várias entidades contábeis paulistas. Um exemplo disso é a constituição da Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo-Fecontesp, , em 1948, a qual foi formada pelos Sindicatos de Santos, Ribeirão Preto, Sorocaba, Campinas e de São Paulo.
Também o Sindcont-SP serviu de sede-base para o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo-CRCSP, constituído em 14 de dezembro de 1946. Sua primeira reunião foi realizada em 23 de dezembro daquele ano, às 21 horas, nas dependências da Casa do Saber Contábil que, naquela ocasião, estava situada à Rua São Bento, 405, 11º andar.
Na entrevista ping-pong desta edição do Mensário do Contabilista (https://bit.ly/3oZhdve), o professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuárias da Universidade de São Paulo-FEA/USP, Alexandre Macchione Saes, nos conta como o então presidente do Sindcont-SP, Milton Improta, há 75 anos, interferiu, por meio de um telegrama, para a inclusão da Contabilidade na grade curricular da FEA-USP.
Com personalidade firme e decidida, Milton Improta, que também foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, sempre acreditou no papel de relevância do profissional contábil, considerando este imprescindível para o desenvolvimento dos negócios e da sociedade. Por isso, além de investir na defesa de seus interesses, na representação política e na formação profissional, foi defensor e promotor de benefícios aos profissionais e seus familiares, como lazer e entretenimento, assistência social, cultural, ações de filantropia, orientações jurídicas e muitos outros serviços e benefícios os quais foram mantidos e até ampliados pelas sucessivas gestões, inclusive esta que firmou várias parcerias estratégicas para beneficio dos associados e filiados.
Seguindo sua trajetória, a importância do Sindcont-SP se fez presente ainda na formação da Academia Paulista de Contabilidade-APC, em 1952, pelas mãos do contador Francisco D´Ária, bem como do Sescon-SP e da Aescon-SP, e mais recentemente da constituição das Entidades Congraçadas da Contabilidade do Estado de São Paulo.
Ou seja, o Sindicato é uma “casa-mãe” que sempre lutou pela união e valorização da classe, dos profissionais e dos serviços contábeis, como forma de aumentar a geração de emprego e renda para a comunidade e, ao mesmo tempo, dar sustentação a todas as empresas que dependem de, pelo menos, um contador para existir.
Em suas lutas em defesa dos profissionais e da sociedade, podemos lembrar o caso das multas da Gfip, recordando que tudo começou em 2014, quando Jair Gomes de Araújo que estava à frente do Sindcont-SP, juntamente com as Entidades Congraçadas da Contabilidade do Estado de São Paulo, iniciou uma verdadeira batalha em prol dos profissionais da Contabilidade e dos contribuintes que estavam sendo notificados injustamente pelo fisco, por meio de auto de infração, a pagarem uma multa, por atraso na entrega da declaração da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social-Gfip. (leia matéria completa nas páginas…..)
Essa é apenas uma amostra que expõe como o Sindicato tem atuado para defender os direitos dos trabalhadores contábeis e dos contribuintes em geral, não só na cidade de São Paulo, mas em todo o Brasil.
Ou seja, em mais de um século de existência e contribuição para a evolução e valorização da classe contábil, podemos afirmar que nossos direitos são frutos de muitos embates, e para garanti-los temos que ter uma Entidade forte, resistente e de luta, que promove a organização coletiva e a organização classista. Por aqui, todo trabalhador da área contábil – e dos segmentos correlatos – tem o direito, há 103 anos, de exercer a sua cidadania sindical, opinando, discordando, propondo, elegendo, debatendo…
Por tudo isso, o Sindcont-SP está de parabéns nos seus 103 anos.
E obrigado Casa do Saber Contábil por existir em nossas vidas, contribuindo para o nosso aprimoramento pessoal e profissional a cada dia!
Geraldo Carlos Lima
Presidente