O Brasil é dos pequenos – negócios: qual é o reflexo disso para a Contabilidade?

O Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP comunica que nos últimos 13 meses foram abertas, em todo o Brasil, 363.291 empresas. Desse montante, 359.579 são de pequenos negócios, formado pelas seguintes pessoas jurídicas:

• Microempreendedor Individual -MEI: Faturamento anual até R$ 81 mil.

• Microempresa: Faturamento anual até R$ 360 mil.

• Empresa de Pequeno Porte -EPP: Faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões.

A Casa do Saber Contábil chama atenção para a diferença de somente 3.712 negócios que são considerados de médio ou porte e que tiveram início no mesmo período. Esses dados, do Sebrae, e publicados em setembro de 2024, indicam uma forte tendência de empreendedorismo no Brasil, refletindo a busca por alternativas de trabalho e a geração de renda em um cenário econômico desafiador. A predominância de PMEs no conjunto total de novas aberturas também sugere que muitos brasileiros estão optando por formalizar suas atividades, buscando benefícios como proteção legal e acesso a crédito.

Com o crescimento em voga, há uma necessidade crescente de apoio e capacitação para esses empreendedores. É neste ponto que os profissionais da Contabilidade entram. Eles devem atuar como aliados na construção de uma base sólida para esses negócios, oferecendo suporte técnico e jurídico, além de contribuir para uma melhor gestão tributária e compliance, que são fundamentais na fase inicial das empresas.

No que tange à abertura acumulada das empresas de pequeno porte, 76,1% são MEIs. Na sequência, estão as micro e pequenas empresas, 19,4%; e EPP, com 4,5%. A região Sudeste foi a que mais teve novos pequenos negócios abertos, com 179.963 no total. Para se ter uma ideia, o montante de médias e grandes empresas foi 8.290.

Na sequência, aparece o sul do país, com 67.295 pequenas empresas. E, depois, nordeste, 54.425; centro-oeste, 31.563; e, por fim, norte, 16.333. Por segmento, o setor de serviços lidera em absoluto, com 222.846 novos pequenos negócios em 13 meses [61,3%]. O comércio aparece em segundo lugar, com 81.190 [22,3%]. Dando continuidade, a indústria e transformação, com 27.718 [7,6%]; construção, 26.002 [7,2%]; apropecuária, 4.942 [1,4%]; Serviços Industriais de Utilidade Pública (Siup), 428 [0,1%]; e, por último, extração mineral [165].

A pesquisa do Sebrae traz também o TOP 10 Classificação Nacional das Atividades Econômicas – Cnae com maior abertura. Na categoria de MEI, ganham as atividade de publicidade, com 16.703 [6,3%]. Na sequência, aparecem as novas empresas de transporte rodoviário e de carga, com 16.030 novos negócios; e cabeleireiros e beleza (15.611 CNPJs). Chama atenção também o fato que os MEIs estão investindo em atividades de ensino, preparação de documentos e restaurantes. No período de 13 meses, foram abertos, nesses Cnaes, respectivamente, 12.469; 11.910; e 11.392 estabelecimentos.

Na categoria MPEs, o maior número de Cnaes foi aberto no código Atenção Ambulatorial (médicos e odontólogos), com 4.044 empresas. Depois estão os serviços de Contabilidade, de escritório e de apoio administrativo, com 4 mil novas unidades. E os restaurantes aparecem em 3º lugar, com 3.688 estabelecimentos comerciais.

“Para sustentar esse crescimento, é imprescindível que os empreendedores tenham acesso a informações e recursos que facilitem a gestão adequada de seus negócios, reforça Claudinei Tonon, presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, que chama atenção ainda para a “concorrência entre escritórios contábeis”, o que, em suas palavras, demanda mais atualização e capacitação por parte dos profissionais. “Nesse contexto, a educação continuada e o acesso a conhecimentos de ponta se tornam fundamentais”.

Em suma, o aumento no número de pequenas empresas é um sinal de vitalidade econômica, mas também um chamado à ação para que a classe contábil, em conjunto com a sociedade e com os governantes, trabalhem em prol de um ecossistema que favoreça o empreendedorismo. Com o apoio certo, esses novos empreendimentos podem não apenas sobreviver, mas prosperar, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Texto: Danielle Ruas

Edição: Lenilde De León

Gráfico: Sebrae

De León Comunicações