A escala 6×1 é um regime em que o funcionário deve trabalhar por 6 dias seguidos e, posteriormente, ter um dia de folga. Sendo assim, o número “6” corresponde aos dias trabalhados, enquanto o “1” representa a folga semanal.
Além do comércio, o modelo é muito comum em setores como a indústria e serviços.
Como funciona a escala 6×1?
Neste modelo, o empregador pode escolher o primeiro dia de trabalho previamente de acordo com suas necessidades. Isso significa que a jornada pode ser iniciada em qualquer dia da semana e nem sempre a folga do empregado será aos domingos.
Se o funcionário começar sua jornada em uma quarta-feira, por exemplo, seu descanso será na próxima terça-feira (sétimo dia consecutivo).
Para que este tipo de jornada funcione, a organização por parte da empresa é imprescindível, tanto para garantir que haja um número suficiente de profissionais para cada dia da semana quanto para respeitar os direitos de cada funcionário.
O que a lei diz sobre a escala 6×1?
Registre-se que, a escala 6×1 é permitida de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, com uma série de regras a serem seguidas por ambas as partes envolvidas.
A deputada Erika Hilton (PSOL) é a autora de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com objetivo de acabar com a escala 6×1, reduzindo a jornada de trabalho de 44 horas semanais para 36 horas, de modo que o salário e os benefícios dos trabalhadores continuem sendo os mesmos.
Quem é a favor do fim da escala defende o maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos trabalhadores. Já aqueles que são contra apontam o impacto para as empresas de pequeno porte, que podem passar por um aumento de custos operacionais caso este tipo de jornada deixe de existir.
A proposta já conquistou o apoio necessário para ser formalmente apresentada. Porém, são necessárias, no mínimo, 171 assinaturas para que a pauta siga em tramitação na Câmara dos Deputados.
O que farão as empresas que usam escala 6 x 1?
Se a escala 6×1 acabar, o cenário mais provável é que as empresas contratem mais funcionários para cobrir os dias de folga, aumentando seus custos operacionais. Elas também podem reduzir a jornada diária para caber em um modelo de 4 ou 5 dias semanais, ou investir em tecnologia para compensar a mão de obra. Setores como comércio e serviços terão que se adaptar, possivelmente com aumento de preços.
Benedito de Jesus Cavalheiro- Consultar Trabalhista do Sindcont-SP