Como os contadores devem se comportar no novo varejo?

Já mirando 2022, a agência de pesquisa Mintel acaba de anunciar as principais tendências para impactar as empresas e seus consumidores, em nível global, no ano que se aproxima. E são três as principais inclinações:

Controle: Em tempos de insegurança, os consumidores querem ter um autocontrole sobre suas vidas. Neste caso, é aconselhável que as empresas ofereçam opções para que os consumidores se sintam como se estivessem no “banco do motorista”. Por exemplo: a corrida pela entrega rápida dará lugar para um posicionamento mais moldável, onde ganhará não quem pensar em chegar primeiro, mas quem oferecer a entrega de produtos e serviços que se encaixem nos horários dos clientes, atendendo a cada necessidade específica.

Diversão: Depois de mais de um ano de isolamento social, os consumidores estão apreensivos para romper barreiras, explorando e abraçando novas experiências, tanto virtualmente quanto no mundo físico ‘real’.

Ética: Apesar de muitas marcas terem  demonstrado suas opiniões sobre temas polêmicos em 2021, os consumidores querem ver progressos mensuráveis neste aspecto.

Então, o empresário e o contador que não compreenderem como o mercado está se posicionando, terão sérias dificuldades para se adaptar aos novos tempos.

E, para “entender” as mudanças, é preciso primeiramente adaptar as ferramentas oferecidas pela Contabilidade para empresas do comércio, de acordo com as especificidades de cada negócio, tamanho e segmento. Além disso, informações sobre os investimentos, concorrência e a segmentação são de extrema importância.

Vale lembrar que à medida que a pandemia se desenvolveu, muitas mudanças que não estavam previstas para ocorrer tão rapidamente foram aceleradas. No Brasil, por exemplo, a frequência de compras pela internet aumentou 71% no último ano e as expectativas para 2022 são animadoras para o e-commerce, conforme mostra o estudo “Market Review | Edição 1: Tendências do E-commerce para 2022″, resultado da parceria entre a RetailTech Bornlogic e a Opinion Box, de pesquisa de mercado.

Então, surge a seguinte pergunta: o varejo, que se destacou na economia brasileira nos últimos anos, conquistando um papel decisivo no crescimento do PIB nacional, como ficará?

A previsão é que este setor, que gera um grande volume de empregos, levando renda para milhões de famílias que movimentam o mercado consumidor, será migrado para os ambientes virtuais, conforme indica um levantamento da consultoria PwC, o qual diz que 30% dos brasileiros declararam fazer compras frequentes pelo celular. E que hoje este é o canal preferido dos consumidores no País.

Além disso, 50% das compras efetuadas em lojas físicas são influenciadas pela internet. Ou seja: não há mais espaço para uma experiência de consumo que não passe pelo formato eletrônico.

Na prática, essa mudança no proceder dos consumidores coloca desafios para  o “novo varejo”, a começar pelo amoldamento para canais de vendas e de comunicação híbridos, isto é físico-digitais, passando pela cadeia de suprimentos, a logística, o estoque até chegar ao posicionamento de marca nas redes sociais.

De acordo com a PwC, “os lojistas se voltam para a experiência do cliente ao longo de toda a jornada de compra. E, nessa jornada, os consumidores são observados percorrendo toda a organização. Suas informações são coletadas em cada ponto de contato (lojas, aplicativos, website, central de atendimento, e-mail, etc.) em volumes cada vez maiores. Para aprimorar essa experiência, os líderes do setor estão criando bases de dados com uma visão única do consumidor, muito mais completas, capturando e processando as informações em tempo real. Essas informações são usadas para gerar insights e também para ativar promoções, ações de marketing e alertas”.

Assim, cuidar de um negócio varejista com a confiança e a segurança necessárias exige dos contadores certas competências que talvez não tenham sido estudas em  sua formação de origem, e como a economia é o principal foco da Contabilidade, faz-se imprescindível acompanhar as tendências do mercado e atualizar os conhecimentos. Neste caso, a Educação Profissional Continuada é a  grande parceira do profissional contábil, sendo verdadeiramente uma garantia para o desenvolvimento e sucesso em sua carreira.

Fonte: Mensário do Contabilista