Esse mês a Newsletter APEJESP conversou com Geraldo Carlos Lima, presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo –Sindcont-SP, para falar sobre o impacto do coronavírus e o que devemos esperar para 2020, ano que se desenha de grandes desafios.
Lima nasceu em Minas Gerais e, logo nos primeiros anos de juventude, o destino fez com que “fosse levado” para a carreira contábil. Tanto é que, primeiramente, atuou no escritório de uma paróquia da região onde morou. Na sequência, foi convidado para integrar a equipe contábil do Grupo Votorantim, na cidade de Três Marias, em Minas Gerais. Em 1977, foi residir em São Paulo, causando uma “ruptura” em sua família, por ter deixado entes queridos para tentar a sorte e realizar seus sonhos, projetos e metas em uma cidade grande.
Mas, a sorte e a vontade de fazer diferente estavam ao seu lado e, logo que chegou à capital paulista, já começou a trabalhar em uma empresa de fabricação de encerados e lonas. Após anos de trabalho, somou experiências teóricas e práticas e logo ingressou na faculdade de Ciências Contábeis, adentrando de uma vez por todas no universo da Contabilidade. Após a conquista da primeira formação acadêmica, decidiu abrir o próprio escritório. Tudo aconteceu logo após eu ter recebido uma proposta do antigo patrão para prestar serviços à empresa na qual trabalhava. Assim, conquistou seu primeiro cliente.
Em 1996, começou a se dedicar à área de perícias judiciais e extrajudiciais, onde se tornou especialista também em consultoria e assessoramento de empresas.
Como acredita que o coronavírus vai impactar as atividades dos profissionais da Contabilidade?
A pandemia do novo coronavírus está modificando a rotina de todo o mundo. A circulação de pessoas está sendo restringida em todo o Brasil. Nos nossos vizinhos latinos, a situação não é diferente. Na Europa, as fronteiras foram fechadas e já começou a faltar alimentos. Especialistas dos Estados Unidos já falam em um desemprego maior do que 20% por lá, no pós-crise.
Em todo o mundo, pontos turísticos fecharam suas portas, assim como espaços culturais, lojas e restaurantes. A projeção da devastação ocasionada pelo Covid-19 não tem precedentes na economia contemporânea, mesmo levando-se em conta a crise de 2008 e as antecessoras. No futuro, falarão em “Covid” como o novo “1929”, sem precisar aditar nada! Então, com toda a certeza, haverá impacto para os profissionais da Contabilidade, o salvaguarda das empresas, os quais devem permanecer unidos para levantar a economia. Tudo porque só a Contabilidade é fonte de informação indispensável para que o empreendimento cresça e se mantenha seguro, já que só essa Ciência é capaz de ofertar dados confiáveis sobre custos, encargos, tributos, giro de capital e tudo o que é mais importante para a manutenção do sistema: o dinheiro.
Como vê o ano de 2020 para os profissionais que trabalham com perícia?
A imprescindibilidade por opiniões técnicas dizem respeito à própria história da evolução humana, isso é fato. Neste sentido, a profissão de perito contador será cada vez mais requisitada, afinal ele é um agente facilitador para resoluções de conflitos de diversas ordens. Em tempos difíceis como este que estamos vivenciando, é claro que essa necessidade continua, e a tendência é que seja cada vez mais vital, justamente por causa dos desacordos.
Quando começou a participar das atividades do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindont-SP?
Comecei nas atividades do Sindcont-SP em 1988, logo que obtive a carteira do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRCSP. Neste período, um amigo me convidou para almoçar no restaurante que havia à época no Sindcont-SP e comentou sobre as reuniões das quartas-feiras, promovidas pelo Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis – CEDFC. Gostei da ideia e da forma que ele comentou sobre o grupo e me interessei. Comecei a frequentar e participar. Primeiro, de forma tímida, depois, mais ativamente, pois os encontros proporcionavam muitos debates, esclarecimentos de dúvidas e troca de informações e experiências. O que acontece até hoje e nos ajudam frequentemente para enfrentar os desafios da profissão e até mesmo para o fortalecimento, aperfeiçoamento e conhecimento de outras áreas. Então, foi um aprendizado riquíssimo!
Quais são as ações previstas para esse período a frente do Sindicato?
Nossa maior preocupação é angariar cada vez mais novos associados para a Entidade. Sempre, claro, valorizando os profissionais. Neste sentido, almejamos ao longo desses três anos de gestão, aumentar o leque de serviços, manter e melhorar os produtos que são oferecidos, renovar e conquistar parcerias e abrir os horizontes do Sindicato a fim de nos aproximarmos ainda mais dos profissionais contábeis para que eles saibam que aqui é a Casa de apoio para o o dia a dia profissional, um centro de aprendizagem e de partilha de saberes, afinal poucas são as profissões que interferem tão decisivamente no meio em que se vive como a Contabilidade.
Quais valores que guiam o senhor em termos pessoais e profissionais?
Peço a Deus saúde, paciência para a minha família suprir as ausências, e muita força para este grupo que compõe a nova Diretoria, que todos nós tenhamos objetivos comuns, pois os desafios são grandes.
Como vê o impacto da tecnologia na área de perícia?
Com o ritmo das inovações, incluindo internet móvel de alta qualidade, inteligência artificial, big data, tecnologia em nuvem, os avanços tecnológicos ocorrem a cada dia. É um processo irreversível, que impacta todas as áreas da sociedade humana e, como não poderia ser diferente, a Contabilidade e a perícia. Por isso, o aperfeiçoamento intelectual e o contínuo aprendizado são extremamente necessários. Maior qualificação técnica e habilidades analíticas são alguns dos requisitos deste mercado, em constante expansão.
Fonte: Apejesp