Entrevista: Saúde Mental na Contabilidade, a luta pelo bem-estar emocional

Em um mundo cada vez mais acelerado e exigente, a saúde mental dos profissionais da Contabilidade torna-se um tema de extrema relevância. No contexto do “Setembro Amarelo”, mês dedicado à prevenção do suicídio, a 35ª reunião do Centro de Estudos e Debates Fisco-Contábeis-CEDFC, do Sindcont-SP abordou esse assunto, tendo como palestrante a psicóloga Cecília Loureiro.

Nessa entrevista exclusiva à Revista Mensário do Contabilista ela fala sobre esse tema crucial e trouxe à tona dados alarmantes e dicas valiosas para o bem-estar emocional.

Acompanhe:

Qual é a importância de discutir o tema “saúde mental” no contexto da Contabilidade?

É fundamental trazer à tona a saúde mental dos profissionais da Contabilidade, uma área que enfrenta altos níveis de estresse e pressão. Em um cenário em que a saúde mental é frequentemente negligenciada, precisamos reconhecer sua relevância para o bem-estar geral dos contadores.

Durante a sua palestra, você apresentou dados alarmantes sobre afastamentos do trabalho por transtornos mentais. Você poderia comentar sobre isso?

Em 2024, o Brasil registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais, um aumento significativo de 68% em relação ao ano anterior. Isso revela a urgência de iniciativas que promovam a conscientização e o bem-estar nas empresas, especialmente em profissões como a Contabilidade, onde a carga emocional é intensa.

Você mencionou que a saúde mental deve ser tratada com a mesma seriedade que a saúde física. Como isso pode ser aplicado no cotidiano dos profissionais contábeis?

Assim como se cuida da Contabilidade de empresas, é vital cuidar da “Contabilidade” da vida emocional. Isso inclui reconhecer e lidar com os estresses do dia a dia. É importante que os profissionais pratiquem atividades que promovam a saúde mental, como exercícios físicos e momentos de lazer, além de buscar ajuda profissional quando necessário.

Você abordou também a relação entre ansiedade, estresse e depressão. Poderia explicar cada um desses problemas?

Com certeza. A ansiedade é uma preocupação excessiva com o futuro, que pode gerar sintomas físicos, como batimentos cardíacos acelerados. O estresse é uma resposta natural às demandas diárias, mas quando excessivo, pode se transformar em irritabilidade e cansaço. Já a depressão é uma tristeza profunda e persistente, que pode levar à perda de interesse nas atividades cotidianas.

E quanto ao burnout? O que os profissionais podem fazer para evitá-lo?

O burnout é uma exaustão extrema relacionada ao trabalho. Para preveni-lo é essencial estabelecer limites e priorizar o autocuidado. Isso inclui pequenas pausas durante o dia, atividades físicas regulares e conversas sobre emoções. Identificar sinais de alerta, como mudanças de comportamento e cansaço excessivo, também é fundamental.

Você teria algumas dicas para priorizar a saúde mental?

Algumas dicas incluem: praticar atividades físicas acessíveis, dedicar tempo para lazer e descanso, conversar sobre emoções e manter uma boa higiene do sono e alimentação saudável. A terapia também é uma ferramenta valiosa para ajudar a lidar com estresse e encontrar um equilíbrio.

É essencial que todos nós, independentemente da profissão, dediquemos tempo e atenção ao nosso bem-estar emocional. Cuidar de si mesmo é um ato de coragem e amor-próprio. Não hesitem em buscar ajuda quando necessário; a saúde mental deve ser uma prioridade. 

Ajustes nas NF-es até 1º de outubro: como se preparar para a nova era tributária

Com a implantação das mudanças trazidas pela Reforma Tributária, o prazo para adequação dos campos das notas fiscais eletrônicas (NF-e e NFC-e) está chegando ao fim. A fase de testes já começou e, em alguns meses, a partir de outubro de 2025, o ambiente de produção será ativado. Isso significa que é hora de se preparar e entender as novas exigências.

A entrada no ambiente de produção requer que as notas fiscais já apresentem os novos campos no seu leiaute. Embora a fase de testes não seja obrigatória, é altamente recomendável que as empresas façam essa adaptação para evitar problemas futuros.

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