Boa notícia para os profissionais contábeis. Se em 2023 a área foi bem valorizada, a previsão é que no próximo ano esse reconhecimento se intensifique ainda mais, com as indústrias de saúde, agronegócio, varejo, B2B e infraestrutura liderando as contratações desse público.
Os profissionais mais procurados, no segmento contábil, serão de planejamento financeiro e da área fiscal. Além deles, estão na mira das contratações os controllers, os que têm expertise em manter relações com investidores e aqueles que sabem lidar com aspectos da tesouraria.
Mas, o que as empresas estão tendo mesmo é dificuldades em encontrar contadores que dominam o Inglês.
As informações são do novo Guia Salarial Robert Half “Perspectivas e Tendências de 2024”, publicado no início de novembro pela consultoria de mesmo nome.
Ganha mais quem se dedica mais
O estudo aponta que, nas empresas, os salários deverão ser reajustados, em primeiro lugar, de acordo com a performance do colaborador (38%). Na sequência, [33%] com base na convenção coletiva. E, por último, em linha com a inflação (17%). Os principais fatores que contribuirão com uma melhor remuneração são: conhecimento e especialização diferenciada [47%]; performance e entrega constantes [44%]; e experiência profissional [43%].
A escuta ativa, adaptabilidade, dinamismo, resiliência e relacionamento interpessoal são as habilidades comportamentais que mais se destacarão no mercado ano que vem.
Sendo a Ciência Contábil um campo de conhecimento que se destina à observação, registro e interpretação dos dados financeiros e patrimoniais de uma organização, é óbvio que os profissionais da Contabilidade vêm desempenhando um papel relevante nos negócios, que precisam cada vez mais de dados precisos e confiáveis para sobreviver.
Grade curricular
Por isso que é muito importante que, para os que pretendem adentrar na área, estudem com cautela a grade curricular do curso de Ciências Contábeis, que pode variar de acordo com a instituição de ensino do País.
Atualmente, está em discussão no Ministério da Educação e Cultura-MEC, juntamente com o Conselho Federal de Contabilidade-CFC a proposta de mudança na grade curricular. Nas palavras do presidente do CFC, Aécio Dantas, tal reformulação é necessária porque a profissão contábil está cada vez mais em evidência. “Considerando o impacto dos profissionais da Contabilidade na economia e no desenvolvimento sustentável do País, precisamos manter o currículo de Ciências Contábeis atualizado e alinhado com o mercado. Só assim formaremos profissionais aptos a atuarem com excelência”.
No ano passado, o Conselho Federal de Contabilidade-CFC colocou em audiência pública a minuta que propõe a alteração da Resolução CNE/CES nº 10/2004. A norma institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis. Dando prosseguimento a ideia de reestruturação da grade, ainda no ano passado, as Instituições de Ensino Superior, coordenadores e professores do curso de Ciências Contábeis foram comunicados das sugestões de mudanças. Na sequência, os 27 Conselhos Regionais de Contabilidade-CRCs foram requisitados e deram suas contribuições sobre o tema em suas jurisdições. A finalidade era reunir pareceres de profissionais contábeis de todo o Brasil.
A proposta de renovação das matérias do bacharelado em Ciências Contábeis é conciliar à faculdade à nova realidade do mercado, hoje abalizado por pautas como ciência de dados, tecnologia, sustentabilidade, entre outros temas.
Importante ressaltar que toda instituição de ensino, no exercício da soberania universitária, pode mudar sua grade curricular sempre que houver necessidade. Isso está especificado no artigo 47, § 1º, IV, c, da Lei Federal nº 9.394/1997, responsável por estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional. Não obstante, são necessárias algumas linhas para que todas as faculdades legitimem as novidades, de forma harmônica. Entre elas, a conciliação com as predisposições do mercado, a percepção sobre as novas demandas e a anuência do Ministério da Educação-MEC.
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