A restituição do Imposto de Renda das Pessoas Físicas-IRPF será depositada de maio a setembro de 2024, de acordo com o calendário divulgado pela Receita Federal. É fundamental ressaltar que esse montante pode ser extremamente útil para as finanças do ano, desde que seja empregado de maneira apropriada.
O profissional contábil pode ajudar seu cliente a obter – e usar – os valores da restituição de maneira correta, com precisão, agilidade e segurança. Afinal, é dever do contador conferir se todas as informações fornecidas estão de acordo e completas, a fim de evitar possíveis erros ou atrasos no processo de restituição. Em caso de dúvidas ou necessidade de esclarecimentos adicionais, o contador também deve estar disponível para auxiliar o cliente e garantir que todo o procedimento seja realizado de acordo com a legislação vigente.
Grupos prioritários
Os públicos prioritários, como pessoas com deficiência, idosos e indivíduos com doenças graves ou condições sérias, serão os primeiros a receber a restituição. Também terão prioridade aqueles que optarem pela declaração pré-preenchida ou escolherem o recebimento da restituição via Pix.
Não são todos os contribuintes que fizeram a declaração do Imposto de Renda que terão direito à restituição. Somente aqueles que a Receita Federal identificou que pagaram mais impostos no ano anterior serão contemplados. O montante a ser restituído depende de diversos fatores, como a quantidade de deduções apresentadas na declaração, incluindo gastos com saúde e educação, por exemplo.
Esse valor, se utilizado de forma correta e consciente, pode ajudar a quitar dívidas ou fazer investidos para gerar mais renda. Aqui estão algumas dicas sobre como o profissional contábil pode orientar seu cliente a utilizar de forma mais inteligente a restituição:
Pagar dívidas
É crucial quitar ou pagar parcialmente as dívidas utilizando o dinheiro recebido da restituição do Imposto de Renda. A pessoa deve realizar um balanço em suas
finanças para identificar as dívidas que mais impactam seu orçamento. Geralmente é recomendado priorizar o pagamento do cartão de crédito e do cheque especial, pois possuem os juros mais elevados. Se o montante não for suficiente, é interessante negociar os valores com o credor.
Constituir uma reserva de emergência
Caso não haja dívidas, o excedente pode ser destinado à constituição de uma reserva de emergência. Essa reserva será útil para situações inesperadas, como despesas médicas, reparos urgentes em veículos ou imóveis, entre outros imprevistos.
Realizar compras necessárias ou investir em qualificações
É interessante utilizar a restituição para realizar compras necessárias, optando, quando possível, pelo pagamento à vista para obter descontos. Além disso, investir em qualificação profissional, por meio de cursos, pode ser benéfico para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Investir o dinheiro
Para aqueles que não possuem dívidas e já constituíram uma reserva de emergência, investir o montante pode ser atraente. Opções como previdência privada, Tesouro Direto, Certificados de Depósitos Bancários (CDB), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são algumas alternativas a serem consideradas.
Há diversas formas de investimento, dependendo dos objetivos e do prazo desejado para manter o dinheiro aplicado. É importante pesquisar sobre o mercado e, caso não se tenha experiência, considerar a contratação de empresas especializadas ou instituições financeiras para auxiliar nos investimentos.
Embora aquele dinheirinho extra da restituição possa ajudar bastante no orçamento familiar, o professor universitário André Charone comenta que não existe muito motivo para ficar agradecido ao fisco. “A restituição não é um benefício concedido pelo governo. Muito pelo contrário, na verdade é o reembolso dos valores que foram retidos a mais em relação ao que o contribuinte devia”. Segundo o contador, a declaração de imposto de renda faz um ajuste entre o valor que foi retido ao longo do ano anterior e o que o contribuinte de fato devia, após o lançamento de todas as deduções.
“Se foi retido mais do que era devido, o governo vai lhe restituir essa diferença. Na prática, é como se você tivesse emprestado, sem juros e sem escolha, seu dinheiro para a Receita Federal que agora o devolve.”, explica Charone.
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