O Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Osasco, promoveram no dia 17 de agosto, o 42º Encontro de Profissionais e Acadêmicos de Contabilidade (Epac), para alunos do curso de Ciências Contábeis da instituição de ensino.
Na oportunidade, os estudantes acompanharam uma palestra sobre a “Perícia Contábil – como ingressar e ser bem-sucedido nessa área de atuação”, com a professora Suely Gualano Bossa Serrati, que é contadora atuante na área de perícia, conselheira Fiscal da Associação de Peritos Judiciais do Estado de São Paulo – Apejesp e do Sindcont-SP e vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros, Mediadores e Conciliadores – Febrapam.
A atividade foi aberta pelo presidente Claudinei Tonon, que falou das oportunidades de aperfeiçoamento profissional e suporte que o Sindcont-SP oferece, além do leque de benefícios e serviços “a nossa entidade, que tem o DNA enraizado na educação continuada, é um celeiro de oportunidades para vocês que buscam se aperfeiçoarem e ter sucesso na profissão. Oferecemos semanalmente estudos diversos sobre o terceiro setor, contabilidade pública, tributos, obrigações, IFRS, Gestão Contábil e Perícia, por meio dos nossos grupos e o tradicional Centro de Estudos que proporciona análises e debates sobre a legislação em vigor”, explicou ele, ao convidar os estudantes para acompanharem o trabalho da entidade em defesa da classe.
Em seguida, o professor e doutor em Controladoria e Contabilidade, Antonio Saporito, apresentou a palestrante e agradeceu o Sindcont-SP pela parceria em oferecer debates relevantes aos alunos da Unifesp.
Perícia Contábil
A profissional da contabilidade, Suely Bossa, iniciou a explanação apresentando o roteiro da sua programação sobre as perspectivas para a carreira do perito, apontando as principais demandas, exigências técnicas e a interface com o universo jurídico, além das habilidades necessárias ao aspirante que deseja ingressar e construir carreira como perito.
Ao explicar que a perícia é uma área de especialização da contabilidade, a professora indagou os alunos a respeito da preparação após a graduação, os conhecimentos e regras processuais e normativas que devem ser obedecidas pelo profissional quando da elaboração dos trabalhos periciais, o ingresso para construir uma carreira bem-sucedida nesse segmento e quais os meios e por onde seguir para iniciar nesse meio.
Ao ir respondendo os principais apontamentos, a especialista frisou que, dentre as inúmeras definições de perícia contábil que podem ser encontradas na literatura específica “é correto afirmar que a função primordial da prova pericial judicial é proceder a extração da verdade formal, através dos fatos relativos à lide, alicerçada em um conjunto de procedimentos técnicos e científicos”.
De acordo ainda com ela, o resultado do trabalho do perito, expresso no laudo pericial, tem o potencial de influenciar decisivamente o magistrado na formação de sua convicção. “Portanto, é uma das provas mais sensíveis do processo civil, digna de merecer toda a atenção do legislador, a começar pelos critérios de escolha do perito”, lembrou.
O contador para realizar perícias judiciais deve conhecer os procedimentos processuais, obedecer aos preceitos de conduta profissional, padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional e aos artigos do Código de Processo Civil/2015 relacionados com a prova pericial e o perito, dentre outras legislações e regulamentações pertinentes ao objeto e fatos discutidos nos autos. “As Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas profissionais ou técnicas, estabelecem preceitos de conduta profissional, padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional”, explicou.
Suely ainda abordou sobre as regras processuais e normativas, bem como as suas nomenclaturas, regras de pontuações, a inclusão dos peritos no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), as inúmeras oportunidades de trabalhos e, por fim, uma reflexão sobre qual a melhor trajetória profissional a ser trilhada para exercer a função de Perito Contábil.
Segundo a perita contadora, a recomendação é que “não devem começar a realizar perícias sem conhecer profundamente quais são as funções e atribuições de um perito contábil, as normas técnicas, a legislação regulamentar, dentre outras legislações e regulamentações pertinentes ao objeto e fatos discutidos nos autos”, finalizou.
Ao final, suely fez uma breve contextualização sobre o papel do Sindcont-SP, da Academia Paulista de Contabilidade, da Apejesp e do CRCSP. E das mãos do presidente Tonon e do professor Saporito, a docente ganhou um certificado de participação do 42º Epac, que conta com o patrocínio Ouro da BDO Brazil.