Só no mês de dezembro do ano passado, o saldo negativo foi de US$10,9 bilhões, acima do rombo de US$7,7 bilhões em dezembro de 2021. O resultado do ano veio acima da projeção do próprio BC, que inicialmente estimava o resultado negativo em US$ 47 bilhões.
Os dados consideram o desempenho da balança comercial (transações comerciais entre Brasil e outros países), de renda primária (remessas de juros, lucros e dividendos enviados do Brasil para fora do país) e de serviços (compras por brasileiros no exterior).
A autoridade monetária afirma que os dois fatores explicam o saldo negativo das transações entre Brasil e outros países, no resultado anual: a piora na conta de serviços, representada por mais gastos no exterior, e de renda, com mais remessas ao exterior sendo feita pelas empresas.
Em relação à 2021, os déficits de serviços aumentaram em US$13 bilhões e de renda em US$4,9 bilhões.
Investimento em alta
O investimento estrangeiro no país consolidou a recuperação após ter despencado durante a pandemia de Covid-19. No ano passado, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$90,6 bilhões, cerca de 4,76% do PIB. Foi o maior ingresso líquido desde 2012, quando foram registrados US$92,6 bilhões.
O BC apontou que esse desempenho foi puxado pelo aumento de US$16 bilhões nos lucros reinvestidos e de US$6,6 bilhões em participação no capital. Além disso, as operações intercompanhia aumentaram US$21,5 bilhões.
Fonte: Folha de Pernambuco