Febraban diz que analisa fim do DOC para o setor; Itaú entende que DOC tem relevância muito pequena perto de Pix.
O Itaú anunciou que vai encerrar a modalidade de transferências via DOC (Documento de Ordem de Crédito) para clientes pessoas físicas em janeiro e para clientes pessoas jurídicas a opção será desativada ao longo de 2023.
Segundo o banco, o objetivo da mudança é “oferecer a melhor experiência e custo-benefício para seus clientes”. O banco entende que o Pix cumpre a função de transferência, com serviço instantâneo e 24/7. Por isso, os clientes não ficarão desamparados nesse sentido. “Ao desativar o DOC, o cliente pode optar por transferir os recursos para outra instituição apenas via Pix ou TED. O Itaú tem priorizado a experiência de Pix, que é um substituto perfeito de DOCs e TEDs e mais barato para os clientes”, disse o banco em nota enviada ao InfoMoney.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), por sua vez, afirma que estuda o fim do DOC para o setor, mas que nada foi definido, por enquanto (veja mais abaixo).
No caso do Itaú, desde o início do segundo semestre de 2022, as transações de DOC para pessoas físicas nos canais físicos e digitais vêm sendo desligados um a um. “Os primeiros canais desligados foram os físicos, que tinham menor número de transações. Em novembro, o Itaú descontinuou as operações em caixas eletrônicos e em celulares e, até o fim de janeiro de 2023, por fim, as transações de pessoas físicas via aplicativo desktop serão desligadas”, afirma o banco em nota enviada ao InfoMoney.
Para o público de pessoas jurídicas, a desativação do DOC deverá ocorrer em 2023. “Entretanto, uma vez que algumas empresas ainda possuem sistemas de automação que utilizam o DOC para transferência interbancária, o Itaú estendeu o tempo de extinção para que seus clientes possam se adequar e migrar para outras modalidades – sempre priorizando o Pix”, afirma o banco.
A extinção da modalidade diz respeito ao envio de DOC de clientes do Itaú para outras instituições. A via contrária segue funcionando, ou seja, o cliente do banco continuará recebendo transferências via DOC em sua conta normalmente, uma vez que outras instituições ainda podem oferecer o DOC como serviço de transferência.
O Bnaco Central acompanha a participação de mercado dos principais meios de pagamentos do país e o Pix vem adquirindo cada vez mais espaço, desde que foi lançado. Os últimos dados divulgados são do segundo trimestre de 2022 e mostram que o Pix lidera o mercado com 27,1% de participação, seguido por cartão de crédito, com 19,7% e cartão de débito com 18,7%.
O DOC, por sua vez, representa 0,4% de participação e é incluído na categoria “Outros”, junto com TEC e cheques.
Vale lembrar que o Pix tem 141,6 milhões de usuários cadastrados até dezembro de 2022, segundo os dados do BC.
Veja o gráfico disponibilizado pelo BC:
Em nota enviada ao InfoMoney, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que está constantemente avaliando a modernização e atualização de todos os meios de pagamentos utilizados no país. A entidade ressalta que o Pix traz mais conveniência para os clientes e que “o sistema financeiro analisa a pertinência da desativação no longo prazo do DOC, que apresenta baixa utilização”.
Apesar disso, ainda não há nenhuma decisão setorial tomada. “Estão sendo estudados os impactos sobre os meios de pagamentos e na comodidade de uso do DOC para os clientes”, finaliza a federação.
O InfoMoney também contatou Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander para confirmar se as instituições também têm a intenção de acabar com o DOC para os clientes.
O Santander afirma que permanece oferecendo a opção de transação via DOC, e “caso haja mudança, fará comunicações prévias, garantindo alternativas viáveis ao consumidor”. A Caixa também informou que segue oferecendo o produto DOC aos seus clientes.
O Banco do Brasil também confirmou que segue oferecendo DOC aos clientes. Por fim, o Bradesco também informou que continua oferecendo a opção do DOC para seus clientes “e, até o momento, não há definição sobre a descontinuidade do serviço”.
Fonte: Infomoney