A equipe econômica do governo Lula deve apresentar ainda neste semestre, ao Congresso Nacional, uma proposta de reforma do sistema tributário do país. O tema foi discutido na manhã desta sexta-feira (13) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e um grupo de economistas de instituições do mercado financeiro.
— A questão tributária está avançando bastante (…), mais rápido do que a gente esperava vamos ter uma proposta de reforma tributária que será levada ao Congresso — afirmou o economista-chefe do BTG e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que participou da reunião realizada no gabinete do ministro em São Paulo.
Durante o encontro, Haddad reafirmou o compromisso de apresentar, ainda neste primeiro semestre, as novas regras que irão balizar a política de controle de gastos públicos, o que foi destacado pelo diretor de Estratégia, Economia e Relações com Mercados do Banco Safra, o ex-ministro Joaquim Levy.
Além de Mansueto e Levy, participaram da reunião o presidente da Bradesco Asset, Bruno Funchal; o presidente e o economista da Necton, Marcos Azer Maluf e Daniel Cunha Nascimento Silva, respectivamente; além do superintendente de Pesquisa Macroeconômica do Banco Santander, Maurício Oreng, e o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo.
Caminho correto
Mansueto elogiou o pacote de medidas anunciado pela equipe econômica na quinta-feira e destacou a importante sinalização das ações no sentido de reduzir o rombo das contas públicas.
— As medidas de ontem foram muito positivas. O que saiu do Orçamento (aprovado pelo Congresso para2023) era um país que teria um déficit primário de mais de R$ 230 bilhões. Mas se a gente caminhar para um déficit primário na casa de R$ 100 bilhões, isso já é menos da metade do que saiu do orçamento — destacou o economista do BTG.
Para Levy, o pacote de medias, em conjunto com a reforma tributária e as novas regras fiscais, são sinalizações importantes para os próximos anos:
— A gente já tem informação muito relevante para 2023 e o governo já está se preparando para dar indicações para os próximos anos, de tal maneira que todo mundo tenha um mapa do que se pode esperar da economia brasileira nos próximos anos.
Tanto o ex-ministro, quanto o ex-secretário do Tesouro disseram que o conjunto de ações apresentadas e em elaboração vão contribuir com o crescimento da atividade econômica brasileira.
— Se a gente melhor o fiscal, com reforma tributária, a consequência natural disso é um país que vai crescer mais. Se a gente tem uma trajetória fiscal melhor, significa inflação menor e juros menores, logo mais crescimento — disse Mansueto.
Fonte: Folha de Pernambuco