Em termos de abertura de empresas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica-CNPJ, Sergipe registrou o tempo de 11 horas e 23 minutos, garantindo assim o primeiro lugar. Paraná ficou com a “medalha de prata”, com 7 horas e 1 minuto, em média, mas com número bem maior de processos (5.525 x 446 no mesmo período). No Brasil, o tempo médio, em maio, para se abrir um negócio, foi de 1 dia e 14 horas (38 horas), com o movimento de 67.105 processos.
O Estado com maior demora foi São Paulo (2 dias e duas horas), que tem o maior volume de processos. A informação consta no Mapa de Empresas – documento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços-Mdic em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados-Serpro.
De acordo com o documento, de janeiro a abril deste ano 1.331.940 empresas foram abertas no Brasil. Com isso, há, no País, um total de 21 milhões de CNPJs ativos. Deste total, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte. Em números absolutos, São Paulo foi o Estado com mais empresas abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. “Juntos, estes estados concentram 75% das empresas brasileiras”, detalha o levantamento.
Na visão do empresário contábil Márcio Massao Shimomoto, sócio da King Contabilidade, que tomou posse no início de junho como presidente da Junta Comercial de São Paulo-Jucesp, a meta agora é diminuir o tempo de abertura de novos CNPJs e deixar a instituição com um aspecto o mais digital possível. Confira na íntegra a entrevista, onde ele explica como os profissionais da Contabilidade serão favorecidos.
Quais são seus planos na Presidência da Jucesp?
Estamos vivendo em São Paulo um novo momento do ponto de vista econômico, sob a coordenação do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, e o nosso principal desafio é colocar a Jucesp no âmbito do processo de desburocratização estadual, tornando o órgão 100% digital e reduzindo o prazo de registros, alterações e cancelamentos de empresas para, no máximo, 8 horas. Isso, com certeza, aumentará o prazo de atendimentos prestado aos nossos usuários, que são os empreendedores, os leiloeiros, contadores, etc. Vale lembrar que todo o tempo parado corresponde à perda, para o Estado e para o próprio empreendedor, que deixa de emitir notas, contratar funcionários e, portanto, contribuir com a geração de emprego e renda.
Quais são os principais desafios a serem superados neste aspecto?
A Junta Comercial do Estado de São Paulo é a maior Junta do País, correspondendo a 40% da movimentação de todos os outros órgãos. Por aqui, o volume de processos é muito grande. Qualquer coisa que nós vamos implantar na Junta Comercial, há uma demanda gigantesca em termos de recursos tecnológicos, banco de dados, etc. Então, a meu ver, o grande desafio é implantarmos toda essa digitalização a curto prazo e que atenda bem, no que tange à capacidade, o volume de negócios que São Paulo tem.
Quanto aos serviços prestados aos contadores há algo a ser destacado e/ ou melhorado?
Hoje temos os contadores como principais usuários da Junta Comercial do Estado de São Paulo, além dos advogados. Na verdade, esses profissionais fazem uma prestação de serviços aos empreendedores para desburocratizar a abertura e os processos legais para que eles abram e mantenham suas empresas ativas. Nossa ideia, então, é a plena digitalização de documentos, o que proporcionará transparência e celeridade. Outra vantagem é a oferta da unificação dos registros empresariais, evitando a duplicidade e garantindo a linearidade do processo para o usuário. Ademais, com os processos eletrônicos, é mais fácil agir em consonância integrada entre as esferas federal, estadual e de municípios. Nossa ideia é fazer da Jucesp um ambiente de integração entre os diversos serviços com o cliente, para uma comunicação bem acertada via web, visando maior eficiência, colaboração e interatividade com os usuários.
A parceria com os profissionais da Contabilidade então será mais fortalecida?
Sim, sem dúvida, esse é o pensamento. Temos diversos serviços que, através das Entidades Congraçadas da Contabilidade do Estado de São Paulo, queremos explicar como é que funciona, porque assim como ocorre nas empresas que têm tecnologias implementadas e necessitam de uma explicação maior do fornecedor para o correto uso e adequação, acreditamos que essa mesma dificuldade pode acontecer entre a Junta e os contadores. O Balcão Único de Atendimento, por exemplo: poucas pessoas utilizam essa funcionalidade que permite a abertura de empresas de forma gratuita e em um procedimento único. E isso acontece por pura falta de conhecimento. Por isso, é importante que trabalhemos o disseminar dessas informações e dos serviços que a Junta oferece.
Então, podemos afirmar que a parceria entre Jucesp e Sindcont-SP será ainda mais possante?
Sim… E bom para nós, da Jucesp também [risos]. Eu não consigo falar com cada contador individualmente. No Estado de São Paulo, nós somos em 153.187 profissionais contábeis em atividade. E é a localidade que, em disparado, tem mais empresas do segmento: 25.0356, de acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade de 18 de junho de 2023. Para termos uma ideia do peso da nossa classe, Rio de Janeiro, que é o segundo colocado, contabiliza 54.004 contadores; e Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de empresas – cerca de 10 mil. Isso quer dizer que é muito importante esse ‘estreitamento de laços’ da Jucesp com os contadores, através de suas bases associativas, porque ele será capaz de impulsionar mais ainda a profissão em nossa localidade, que também registra recordes em termos de abertura de empresas de outros segmentos, o que se refletirá para todo o Brasil.
No mês do aniversário de 104 anos do Sindcont-SP, que mensagem você deixaria para a diretoria e os profissionais da Contabilidade?
Em nome do presidente da Casa do Saber Contábil, Claudinei Tonon, e de toda a diretoria, eu parabenizo essa Entidade que há mais de um século sempre contribuiu, e continua ajudando os profissionais contábeis paulistas e de todo o Brasil e até de várias outras localidades do mundo. Eu sei da responsabilidade que é um contador estar à frente da maior Junta Comercial do País, e me coloco à disposição de todas as Entidades da classe, bem como de todos os contadores, para que possamos contribuir ao máximo. Estamos recebendo sugestões para melhorias dos nossos serviços, através do Fale Conosco e da Ouvidoria. Tenho convicção que, havendo participação efetiva de toda a comunidade, as preocupações serão melhores supridas e os propósitos mais facilmente atingidos.
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