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25 de agosto de 2023Treasuries americanas voltam ao mesmo patamar pré-crise de 2008 e fortalecem a percepção de que a maior economia do mundo pode passar por um período de recessão econômica importante em 2024.
As taxas de juros de 10 anos dos Estados Unidos atingiram, nesta semana, um patamar de 4,32% ao ano. Trata-se do mesmo nível de 2007, pré-crise econômica que atingiu o país e boa parte do mundo no ano seguinte.
Esse número não era visto há 16 anos e fortalece a percepção de que a maior economia do mundo pode passar por um período de recessão econômica importante em 2024. Embora essa notícia pareça muito distante da realidade brasileira, com juros mais altos lá fora e essas projeções econômicas negativas, os impactos também podem ser sentidos no Brasil.
O primeiro e mais esperado desses impactos é o aumento da taxa de câmbio, que já está acontecendo: mesmo que o dólar esteja operando em queda no pregão desta quarta-feira, a moeda americana (que estava vivendo um período de baixa nos últimos meses) já avançou 3,35% em agosto, até aqui.
Mas a desvalorização do real frente ao dólar é só a ponta do iceberg. Esse é, na verdade, o fator que pode desencadear uma série de outros desafios econômicos para o Brasil, com destaque para:
- 📈 uma nova alta mais forte da inflação;
- ⌛ juros demorando para cair ou até voltando a subir;
- 🛒 consumo mais fraco dos brasileiros;
- 💰 empresas com dificuldade de atrair investimento estrangeiro;
- 🔻 economia, como um todo, crescendo menos.
Entenda mais detalhes abaixo.
Juros altos nos EUA significam migração de investidores
Com taxas maiores, os títulos públicos dos Estados Unidos passam a entregar um retorno maior para os investidores. Esses títulos — as Treasuries americanas — são considerados os investimentos mais seguros do mundo. Então, quando eles passam a render mais, é normal que haja uma saída dos investidores de outros países, sobretudo os emergentes, como o Brasil.
A situação se intensifica, ainda, pelo próprio cenário interno do país. O novo arcabouço fiscal só foi aprovado nesta terça-feira (22) e a percepção de especialistas é de que os gastos do governo continuam elevados, na contramão da arrecadação federal, que vem desacelerando.
Esse conjunto de fatores eleva a preocupação e afasta os investidores do Brasil, com a dúvida de como fica a trajetória da dívida pública e a credibilidade das iniciativas do governo para aumentar a arrecadação.
É esse o momento atual. O processo de combate à inflação nos EUA vem desde que a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia fizeram os preços avançar no país para os maiores patamares em mais de 40 anos.
Para controlar esse forte avanço nos preços, o Fed passou por um ciclo de elevação das suas taxas de juros, tornando os processos de financiamento e tomada de crédito mais caros a fim de reduzir os níveis de consumo da população — o que tende a diminuir a inflação.
Atualmente, os juros estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior patamar em 22 anos. Mas o Fed tem dado pistas de que ainda será necessário promover novas altas nos próximos meses, já que a inflação continua acima da meta, que é de 2% nos Estados Unidos.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) chegou aos 3% na variação anual, mas voltou a subir em julho, para 3,2%. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho americano segue aquecido (o que coloca mais dinheiro na mão da população e aumenta a pressão de preços), reforçando a ideia de que a batalha contra a inflação elevada ainda não acabou.




