Após registrar uma alta de 1,17% em julho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ficou 1,13% negativo em agosto, ante o mês anterior. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (17), pelo Banco Central.
O IBC-Br é uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O índice leva em conta a atividade econômica, mas sua metodologia é diferente da usada pelo IBGE responsável pela divulgação do PIB oficial.
Apesar da queda — que interrompeu uma trajetória de alta que ocorria desde junho — em relação a agosto do ano passado, há uma variação positiva de 4,86%. O IBC-Br acumula um crescimento de 2,76% e, em 12 meses, 2,08%.
Eduardo Vilarim, economista do Original, disse que a queda no IBC-Br reflete as atividades mais fracas tanto da indústria quanto do varejo,. São áreas que, segundo ele, já sentem os efeitos iniciais da política monetária mais restritiva sobre suas atividades.
— O resultado de agosto não muda a perspectiva de um PIB positivo no terceiro trimestre de 2022 — disse Vilarim, que espera uma expansão de 0,5% no período.
Para a economista-chefe da Gap Asset, Anna Reis, uma nova queda do IBC-Br deve acontecer em setembro. Ela avalia que a redução do IBC-Br foi a mais intensa entre os outros indicadores e lembrou que houve recuo na produção industrial e nas vendas do varejo.
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Vedha Investimentos, disse que a queda do indicador, em agosto, foi mais intensa do que se esperava, mas salientou que isso não muda a expectativa de crescimento entre 0,5% e 0,8% do PIB no terceiro trimestre. Ela reforçou a ideia de que a indústria já sente o efeito de um ambiente mais restritivo, mas acredita que o setor de serviços pavimentará o caminho para um crescimento de 3% até o fim deste ano.
— Estamos assistindo à atividade econômica andando com o freio de mão puxado, com a Selic em 13,75% — afirmou.
Fonte: Folha de Pernambuco