A cidade de São Paulo teve trânsito acima da média no início da manhã desta terça-feira (28), quando ocorre a greve de trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a capital tinha 340 km de filas de veículos às 7h. Para efeitos comparativos, esse índice de lentidão é maior do que a média registrada para as terças-feiras no mesmo horário, que é de 266 km.
Por volta das 8h30, o índice chegou a 581 km de lentidão. Em média, o trânsito costuma ter 570 km de filas no mesmo dia e horário, segundo a CET.
E às 9h, o índice de lentidão ficou abaixo da média para o mesmo dia e horário, com 560 km de filas. Comparando com as terças-feiras, o índice costuma ser de 572 km.
Passageiros relataram à reportagem atrasos e filas para pegarem ônibus nos pontos e transportes por aplicativos.
A paralisação ocorre em protesto contra as propostas de privatização da gestão do governo estadual. A greve começou à 0h e tem duração prevista de 24 horas.
Metrô
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decretaram ponto facultativo nesta terça em órgãos públicos da cidade.
As aulas das escolas municipais, estaduais e das creches estão mantidas. Os funcionários da Fundação Casa apoiam a paralisação, mas não vão parar as atividades.
A Câmara Municipal de São Paulo também decidiu suspender o expediente presencial nesta terça por conta da greve.
As categorias decidiram pela paralisação nesta segunda (27), como protesto contra os planos de privatização das companhias.
Mais de 1,2 milhão de estudantes inscritos no Provão Paulista, cujo exame começaria nesta terça, tiveram suas provas reagendadas. Os profissionais da educação estão excluídos do ponto facultativo, já que estarão envolvidos na preparação do Provão que ocorre na quarta (29).
Por determinação da Justiça do Trabalho, 85% dos trabalhadores da CPTM e 80% dos serviços do Metrô deverão operar nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h na CPTM; e das 6h às 9h e das 16h às 18h no Metrô).
Nos outros horários, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou a operação de 65% nos serviços da CPTM e 60% no Metrô. Caso haja descumprimento, há multas diárias previstas de R$ 600 mil para os sindicatos dos ferroviários e R$ 700 mil para o dos metroviários.
De acordo com os sindicalistas, foram propostas ao governo três alternativas à greve, todas negadas:
A Justiça também se manifestou contrariamente à liberação de catracas devido ao alto risco de tumultos e acidentes graves nas estações.
O secretário-chefe da Casa Civil estadual, Arthur Lima, afirmou à TV Globo que o governo tentou o diálogo, mas os sindicatos foram irredutíveis. Segundo ele, liberar as catracas traria insegurança por excesso de passageiros; suspender a tramitação do processo de privatização da Sabesp está fora de cogitação; o plebiscito foi feito na urna, na eleição de Tarcísio.
Fonte: G1