No encerramento das palestras técnicas da 11ª Semana Paulista da Contabilidade, realizado nesta terça-feira (20), o evento proporcionou uma reflexão sobre a contabilização de criptoativos e os novos desafios de governança para as empresas.
A primeira atividade da noite foi conduzida pelo professor do Departamento de Contabilidade e Atuária, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo – FEA – USP, Eduardo Flores, com a participação do fundador da Fiscal Cripto, Guilherme Zamur. O acadêmico Artemio Bertholini, da Academia Paulista de Contabilidade – APC, foi o moderador, ao lado da diretora Cultural do Sindcont-SP, Marina Suzuki.
Já o segundo debate, quem abordou foi o sócio de Forensic da KPMG, Marcelo Gomes, com a condução do acadêmico da APC, Valmir Leôncio, e participação da vice diretora Cultural, Carolina Tancredi de Carvalho.
Criptoativos
Flores iniciou sua apresentação falando da temática da sua mensagem aos participantes com foco em criptomoedas, em especial no tratamento contábil que já vem sendo acordado pelo mercado.
“A ideia do nosso bate-papo é conhecer esse modelo de negócio e plano de fundo, para entender como as transações de criptomoedas são ilustradas”, explicou ele, ao questionar os participantes, por exemplo, o que fazer caso recebam uma transação em criptomoeda em troca de entrega de um estoque e registro do balanço, pois, segundo o docente, isso pode acarretar implicações seríssimas, tanto em ordem de grau de liquidez, tanto quanto a questão de mensuração de subsequente.
No decorrer da sua fala, o professor da FEA-USP ainda demonstrou agenda de decisões do International Financial Reporting Interpretations Committee – IFRIC, órgão que visa dar direcionamento sobre a correta aplicação das normas internacionais de contabilidade (IFRS), as perspectiva de quem detém criptomoedas, sob a ótica de avaliar o melhor tratamento contábil e entendimento das IFRS emitidas, além de exemplos de resultados e fluxo de caixa.
Em complementação a apresentação de Flores, Zamur, que tem uma startup de criptomoedas, citou que esse segmento oferece inúmeras oportunidades de negócio para os contadores. “É um mercado que já tem volumes financeiros expressivos e bastante significativos no número de transações no Brasil, com uma crescente participação de investidores de criptoativos no Brasil, que alcançou no fim de 2021 a marca de mais de 10 milhões de pessoas físicas e com projeção de chegar próximo a 20 milhões já em 2022”, frisou.
Governança nas empresas
O segundo debate da noite de encerramentos da 11ª Semana Paulista da Contabilidade iniciou com uma explicação da definição do que é governança corporativa – que é um sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais parte.
“As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum”, denominou o palestrante Marcelo Gomes, que ainda comentou sobre os riscos de não conformidade e as oportunidades de geração de ativos.
A 11ª Semana Paulista da Contabilidade conta com o Patrocínio Diamante da BDO Brazil, patrocínio Ouro da Crowe e Bronze da KPMG e do Instituto Paulista de Contabilidade.
A noite contou também com a participação dos alunos da ETEC José Rocha Mendes – Extensão Brasilio Machado. Muitíssimo Obrigado pela presença.
O evento tem o apoio institucional do CRCSP, Fecontesp, Sescon-SP; Aescon-SP; APEJESP; Academia Paulista de Contabilidade; Ibracon – 5ª Seção Regional; ANEFAC Brasil e CIEE.