
Encontro na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
19 de dezembro de 2022
Comissão aprova projeto que muda recolhimento de IR da pessoa física com mais de uma fonte pagadora
20 de dezembro de 2022Brasileiros que ganham até quatro salários-mínimos conseguem comprar duas cestas a menos por mês por conta do Imposto de Renda.
A defasagem da isenção na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) compromete o orçamento dos brasileiros que recebem até quatro salários-mínimos. É o que apontou estudo realizado pela Seteco Consultoria Contábil, que usou como base comparativa o valor da cesta básica nacional, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em janeiro de 2015, o piso do salário-mínimo no Brasil era de R$ 788 e a cesta básica nacional (Dieese) custava R$ 371,22. Isso significa que os trabalhadores que recebiam até um salário-mínimo conseguiam comprar 1,95 cesta básica, enquanto quem ganhava 2,5 salários-mínimos (R$ 1.970) podia comprar 4,83 cestas básicas (considerando os descontos do INSS no salário bruto).
Já para quem recebia até quatro salários-mínimos (R$ 3.152), era cobrado 2,1% de IRPF sobre o salário bruto (R$ 67,60). Nesse caso, o trabalhador tinha um poder de compra de 7,37 cestas básicas.
Analisando inflação e reajustes do salário-mínimo nos últimos anos frente a uma tabela de valores de imposto de renda congelada, o IRPF tornou-se um fator de comprometimento do poder de compra. Desde 2015, somente quem recebe uma renda mensal de até R$ 1.903,98 está isento. Em 2022, o piso do salário-mínimo é de R$ 1.212 e o valor da cesta básica nacional (Dieese) é de R$ 749,78.
Sendo assim, quem ganha até um salário-mínimo consegue comprar 1,5 cesta básica (considerando o desconto do INSS). Um ponto que chama a atenção é que, mesmo com a isenção do IRPF, o poder de compra diminuiu nessa categoria.
O impacto adicional do imposto de renda pode ser observado na faixa seguinte da análise.
Para quem recebe 2,5 salários-mínimos (R$ 3.030), o número de cestas básicas caiu para 3,59 (contra 4,83 em 2015). Sem o reajuste da tabela, os assalariados que se enquadram nessa faixa de rendimento têm uma retenção de 2,1% do IRPF sobre o salário bruto (R$ 64,01) – em 2015, eram isentos.
Na faixa seguinte do estudo, quem recebe até quatro salários-mínimos (R$ 4.848) viu seu poder de compra diminuir de 7,37 para 5,33 cestas básicas. Isso se explica porque, nessa faixa, a retenção do IRPF atual é de 7,0% (R$ 338,82), ante 2,1% em 2015.
Já pesquisa da Precifica apontou que o preço da cesta básica comprada pela internet na Região Metropolitana de São Paulo subiu 0,91% em novembro na comparação com outubro. O estudo envolveu 13 itens disponíveis em cinco grandes plataformas supermercadistas que atuam na região. A cesta básica, que custava R$ 634,59, passou para R$ 640,39. O estudo mostrou que o preço da cesta básica na Região Metropolitana de São Paulo subiu 0,91% em novembro na comparação com outubro. Com isso, o valor saltou de R$ 634,59 para R$ 640,39. É a segunda alta consecutiva após uma sequência de cinco quedas. Mesmo assim, a elevação foi bem menor do que os 3,41% registrados em outubro. Em maio, houve diminuição de 1,25%; em junho, de 0,88%; em julho, de 5,67%; em agosto, de 1,54%; e, em setembro, de 4,64% O estudo envolveu 13 itens disponíveis em cinco grandes plataformas de empresas supermercadistas que atuam na região.
Para efeito de comparação, o IPCA-15 registrou aumento de 0,53% em novembro. O levantamento oficial, feito em todo o país, mostra que o grupo alimentação e bebidas apresentou alta de 0,54%, um pouco acima da média do IPCA-15.
Os itens da cesta básica que mais subiram em outubro foram o tomate (9,9%), seguido do sal refinado (7,1%), da carne bovina (4,4%) e do açúcar refinado (3,6%). O tomate também encabeça a lista de maiores altas do IPCA-15 em novembro. Um dos fatores estruturais que impactam na forte alta do tomate é a redução da sua oferta desde a pandemia e a ocorrência de pragas que provocam prejuízos à produção. Os maiores recuos foram do leite integral (-9,1%), do café em pó (-8,6%), do feijão marrom (-2,9%) e da batata (-1,5%).
Fonte: Monitor Mercantil




