O futuro do empreendedorismo nas cidades brasileiras: Como as eleições definem o ambiente para os negócios?

Empreendedores brasileiros enfrentam desafios locais enquanto eleições municipais prometem moldar o cenário empresarial

Os empreendedores brasileiros estão habituados a navegar em um ambiente repleto de desafios e oportunidades. Nos últimos anos, o país testemunhou um aumento significativo no número de pequenas e médias empresas, refletindo um crescimento de 5% no empreendedorismo, segundo dados do Sebrae. Esse avanço, contudo, não ocorre em um vácuo; é profundamente influenciado pelas políticas públicas em todos os níveis de governo.

A realidade diária dos empresários é moldada não apenas pelas decisões federais, mas também pelas ações estaduais e, principalmente, municipais. “Os empreendedores brasileiros não podem se dar ao luxo de ignorar a política local. É nas prefeituras que muitas das travas ou alavancas para os negócios são acionadas”, afirma Lucas Atanazio Vetorasso, analista político e econômico conhecido por suas análises incisivas.

A distribuição de benefícios entre as esferas governamentais

No Brasil, a instância federal é responsável por legislações abrangentes, como políticas fiscais e trabalhistas que afetam o país inteiro. Os estados têm competência para ajustar impostos regionais e implementar incentivos específicos. No entanto, é na esfera municipal que os empreendedores sentem os efeitos mais imediatos das políticas públicas.

“Enquanto Brasília define o clima geral, é na prefeitura que o empresário decide se leva ou não um guarda-chuva”, ironiza Atanazio. Os municípios têm o poder de conceder alvarás, regular o uso do solo, oferecer incentivos fiscais locais e promover programas de apoio ao empreendedorismo. Essas ações podem facilitar ou dificultar a vida de quem busca investir e gerar empregos na cidade.

Eleições 2024: um ponto de inflexão para os negócios locais

Com as eleições municipais de 2024 no horizonte, os empreendedores estão atentos às propostas dos candidatos a prefeitos e vereadores. Embora não possam realizar reformas estruturais ou alterar tributos federais, esses cargos têm influência direta sobre a burocracia local, infraestrutura urbana e incentivos específicos.

“Esperar que um vereador mude a política econômica nacional é tão útil quanto esperar que a chuva caia para cima. Mas subestimar seu impacto local é um erro de principiante”, aponta Atanazio. Políticas de desburocratização, programas de capacitação e investimentos em tecnologia podem surgir a partir de iniciativas municipais bem direcionadas.

O papel dos cargos municipais no fomento ao empreendedorismo

Prefeitos e vereadores têm a capacidade de criar um ambiente mais favorável ou hostil aos negócios. A simplificação de processos para abertura de empresas, a flexibilização de regulamentações e o apoio a iniciativas de inovação são exemplos de como a gestão municipal pode impulsionar o empreendedorismo.

“É nos corredores das câmaras municipais que muitas vezes se decide se o empreendedor vai correr uma maratona ou um percurso de obstáculos”, critica Atanazio. A fiscalização justa, a segurança pública eficiente e a manutenção da infraestrutura também são aspectos que dependem diretamente das políticas locais e impactam o dia a dia empresarial.

A importância do engajamento dos empreendedores nas eleições

Diante desse cenário, torna-se essencial que os empreendedores participem ativamente do processo eleitoral, avaliando as propostas e o histórico dos candidatos. O desenvolvimento econômico das cidades está intimamente ligado às escolhas feitas nas urnas.

“Reclamar do ambiente de negócios sem participar das decisões que o moldam é como reclamar do sabor da comida sem entrar na cozinha”, alfineta Atanazio. A participação ativa da comunidade empresarial pode influenciar positivamente as políticas públicas e promover um ambiente mais propício ao crescimento e inovação.

Conclusão: moldando o futuro dos negócios através das escolhas locais

O futuro do empreendedorismo nas cidades brasileiras está nas mãos não apenas dos políticos, mas também dos cidadãos e empreendedores que escolhem seus representantes. Embora as limitações existam, especialmente em relação a reformas e tributos federais, as ações municipais têm um impacto significativo e imediato.

“Se queremos cidades que favoreçam os negócios, precisamos começar por eleger líderes que entendam essa necessidade. Caso contrário, continuaremos andando em círculos, esperando por mudanças que nunca virão”, conclui Lucas Atanazio Vetorasso.

Em um país onde o empreendedorismo é uma força motriz da economia, compreender e influenciar as políticas locais não é apenas desejável—é essencial para o sucesso sustentável dos negócios e para o desenvolvimento das comunidades.